sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Transverso - Residência remoto-virtual: territórios estéticos negr@s e pindorâmic@s - meus trabalhos

Nos meses de outubro e novembro de 2022, participei da residência artística promovida pela Escola Livre de Artes - Arena da Cultura da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. A residência recebeu o nome de "Transverso - Residência remoto-virtual: territórios estéticos negr@s e pindorâmic@s" e foi ofertada no âmbito das atividades da Escola Expandida do Arena.

O objetivo foi este: "Esta residência artística é de curta duração e consiste em criar um espaço remoto/virtual onde os(as) participantes irão buscar diálogos coletivos sobre seus processos de criação artística, propiciando a troca de experiências, linguagens, conhecimentos, realidades e valores. Terão como eixos estruturantes os territórios estéticos negr@s e pindorâmic@s, as fricções com as suas materialidades, as cosmovisões que as envolvem, as potencialidades e aberturas para as experimentações múltiplas do grupo de trabalho sob orientação de duas professoras e pesquisadoras."

Além de mim, participaram mais três colegas. As aulas foram ministradas pelas professoras Sol e Talita. As aulas foram bem elaboradas, sempre dinâmicas e com materiais interessantes. As atividades propostas nos levaram a pensar a temática e a experimentar produções diferentes do que fazemos tradionalmente.

A seguir apresento meus dois trabalhos preferidos dentre os que realizei:

O primeiro é uma série de fotografias que nomeei "EuLivro" no qual fiz uma performance com um objeto significativo para mim. Inspirei-me nos trabalhos de Paulo Nazareth e Nego Bispo. A técnica é fotografia e reflete minha relação com os livros.

O segundo é uma colagem que fiz inspirada nas discussões sobre ancestralidade e arte indígena e nos trabalho de Vik Muniz e Uyrá Sadoma. Dei o título de "EuNaNatureza" e reflete o desejo que tenho ultimamente de estar cada vez mais em ambientes naturais. 




Participei no mês de novembro/23 da Mostra Expandida da Escola Livre de Artes - Arena da Cultura com os trabalhos acima.




sábado, 12 de março de 2022

Mostra Saúde Mental e Arte: perspectivas


Durante a pandemia, em determinados momentos, sofri uma espécie de apagão criativo, durante o qual não encontrava motivos ou vontade para pintar ou desenhar. Foram momentos estranhos e difíceis. Eu tinha consciência de que todos os acontecimentos ruins que a pandemia gerava estavam me afetando mentalmente e buscava lutar contra. Quando fiquei sabendo da convocatória do setor de Saúde Mental da UFMG para refletir o período artisticamente, resolvi participar para tentar processar meus sentimentos de uma maneira produtiva. Assim nasceu o trabalho em xilogravura que chamei de CASATRABALHOCASA. Convido-o a conhecê-lo, acesse https://www.ufmg.br/saudemental/trabalhos/casatrabalhocasa-por-cristina-goncalves-ferreira-de-souza/ 


terça-feira, 7 de setembro de 2021

Residência artística - Rios urbanos, rios humanos



Fui selecionada para participar de uma residência artística oferecida pelo bloco Pena de Pavão de Krishna dentro do projeto Águas Gerais #5. A residência recebeu o nome de Rios urbanos, rios humanos e focou a região do Barreiro. Nas artes visuais, realizamos trabalhos de xilogravura orientados pelo professor Fernando Fonseca. Foi uma experiência muito enriquecedora para mim porque pude aprimorar a técnica e também porque pude refletir sobre questões importantes para minha região. Reproduzo abaixo o texto que escrevi sobre a residência e apresento os três trabalhos que elaborei. 

Segue aqui também o vídeo do Sarau que realizamos para mostrar os trabalhos produzidos.

https://youtu.be/C3Rhz4jyPgM 

E o link de um vídeo que eu e Cássio gravamos no dia em que fiz a impressão das xilos.

https://youtu.be/rgEboG3ncAg

Rios urbanos, rios humanos - Pena de Pavão de Krishna

Ateliês e processos formativos do Território Barreiro – 2021

O que há nos rios do Barreiro?

Essa pergunta me surgiu das reflexões iniciais sobre o Barreiro por ocasião da residência artística do Pena de Pavão de Krishna, mais precisamente na aula de abertura do programa. Nessa aula, para nos conectarmos com as questões que seriam desenvolvidas, ouvimos a palestra da Profª. Modesta sobre a história do Barreiro e ouvimos também o Rodrigo, do Instituto Macunaíma, falar sobre as necessidades atuais da região. Em meio às discussões, o Prof. Rafael, do núcleo de música, morador de Contagem, perguntou, referindo-se à canção baiana: “O que é que o Barreiro tem?”.

Essa pergunta me instigou. Para respondê-la, repeti uma fala da minha avó Altina, que sempre diz que o “Barreiro é uma roça grande”, para dizer que temos um quê de interior preservado bem no meio da capital do Estado. Para o bem ou para o mal, o Barreiro é uma “roça grande”. É um local cheio de tradições e histórias, que os próprios barreirenses desconhecem. É um local que merece mais atenção por partes das autoridades municipais em vários aspectos: econômicos, culturais, administrativos e ambientais.

A partir dessas reflexões iniciais e das conversas realizadas com o Prof. Fernando e com o colega Luiz em nossos encontros semanais, procurei nortear minha pesquisa estética pela pergunta que representa para mim a conjunção de rios urbanos e rios humanos: O que há nos rios do Barreiro?

Entre o que não há e o que deveria haver nos rios humanos/urbanos do Barreiro, cheguei à palavra “consciência”, que classifiquei em três tipos: consciência ambiental, consciência histórica e consciência cultural. A consciência pode ser compreendida como uma qualidade da mente, que abrange a subjetividade, autoconsciência, senciência e sapiência, que nos capacita a perceber a relação entre nós e o ambiente. 

A partir desses elementos, elaborei três xilogravuras:

1.       A primeira relacionada à necessidade de consciência ambiental e de defesa da preservação dos nossos cursos de água, fundamentais para a vida da cidade. O que há nos rios do Barreiro? No momento, muito lixo e descaso ambiental.

2.       Na segunda, busquei refletir sobre a cultura barreirense. O que há nos rios do Barreiro? Um Cristo que nos observa desde 1956, ainda aguardando que valorizemos nossas tradições.

3.       A terceira imagem nasceu do incômodo de não ver bem contada a história dos ancestrais africanos que viveram na região bem antes dos imigrantes europeus. O que há nos rios do Barreiro? A necessidade de conhecer a nossa história em todos os seus aspectos.

Considero que esta residência artística foi muito importante para minha formação. Foi uma oportunidade ímpar para pensar aspectos importantes da região onde nasci e que fazem parte da minha constituição. Espero que esse trabalho possa levar outras pessoas a refletirem sobre essas questões.

Quero agradecer ao Pena de Pavão de Krishna pela oportunidade, ao Prof. Fernando pelas orientações, e deixar um grande abraço a todos os envolvidos.

Cristina Souza







sábado, 12 de junho de 2021

Vista da Serra do Curral (2020)

 A vista que tenho da minha varanda é privilegiada! Consigo ver a Serra do Curral ao longe e é muito bonito. Essa é uma beleza que me acompanhou a vida inteira e que eu quis registrar neste trabalho que foi feito com tinta guache escolar em papel Kraft, a partir de um desenho livre do observação. Pintar com guache escolar foi um desafio que me fiz e que gostei muito de viver. 


Paisagem da Serra do Curral. Cristina Souza. 2020. Guache sobre Kraft. 28x40cm.

Essa paisagem está mudando rapidamente e os prédios estão tomando conta de tudo, infelizmente! Fica portanto o registro da minha memória do local e meu protesto pela destruição que a invasão imobiliária está causando.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Autorretrato em Aquarela (2020)

 


Ao longo da ano de 2020, dediquei-me um pouco a aprender a pintar com aquarela. Sou uma pessoa que gosta de estar no controle das situações e esta técnica sempre me pareceu muito desafiadora porque conta com certo 'descontrole' em seu processo. Então, tinha um pouco de medo e não me julgava capaz de obter bons resultados. Quando apareceu um curso de aquarela botânica que considerei bem feito no Instagram, me atrevi a experimentar. A escolha pela aquarela botânica satisfaz a minha convicção de que desenhar plantas é um caminho pra mim, mas, ironicamente, o melhor desenho não é de planta. (rsrs) Não tive até o dia de hoje muitas oportunidade de treinar, infelizmente. Estou bastante atarefada com estudos de Literatura. Entre os trabalhos que fiz em aquarela, este autorretrato me deixou satisfeita não por ser um primor na técnica, mas por me provar que eu tenho condições, se me dedicar, de fazer algo satisfatório, pelo menos para mim.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Helicônias

Helicônias. Cristina Souza. 2020. 50 x 70. Óleo sobre tela.

Não tenho um registro melhor deste quadro porque fiquei ansiosa para entregar quando terminei e não fotografei direito. Foi um presente para minha irmã Juliana, para a casa nova dela. Essa pintura, que dei o nome de Helicônias, foi meu primeiro quadro pintado com tinta a óleo. Demorei mais de seis meses pintando, de 2019 para 2020. Esse trabalho foi a tentativa de estabelecer um estilo de pintura com uma temática que eu gosto que é a natureza. Sempre fotografei e desenhei plantas, mas não acreditava que poderia ser uma temática artística porque estava procurando algo 'elevado' para trabalhar. Então, vi uma exposição da Yara Tupynambá na Casa Fiat, Pintando a Natureza, que achei lindíssima e vi que toda temática fica linda nas mãos de uma boa artista. O trabalho da Yara Tupynambá é simplesmente maravilhoso! Mas não sabia se era o meu caso. Se eu podia me atrever. Somente quando desisti dessa ideia de que eu não podia é que consegui seguir a minha vontade de retratar a natureza. Meu quadro é mais figurativo e que não tem muita técnica realista, é chapado e parece desenho em alguns momentos. Isso não me incomoda porque desenhar ou pintar assim não quer dizer que eu não saiba fazer de outra forma. Quer dizer que esta forma me agrada. E decidi que faço o que me agrada em arte daqui pra frente. Não tenho nenhuma obrigação. Que bom!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Tiradentes

Tiradentes. Cristina Souza. 2018. Acrílica sobre tela.

Esta pintura foi feita por mim há pelo menos dois anos a partir de uma fotografia que fiz na cidade de Tiradentes. Considerei este trabalho uma retomada da pintura em quadros após mais de dez anos. Você pode ver aqui neste blog minhas últimas pinturas em quadro feitas por volta de 2005. Passei um tempo longo desestimulada e afastada das produções de arte. Não me julgava capaz de pintar porque estava muito inculcada com a questão de não ter uma formação acadêmica em arte. Frequentei por vários anos a Escola Livre de Artes - Arena da Cultura da PBH. Amo os cursos de lá, mas sempre senti falta de perceber que estava me formando de forma coerente em artes. Os cursos são livres e independentes e eu não percebia um percurso. Contudo, nos últimos anos, revi este pensamento. Leio bastante sobre arte e acho agora que não é tão essencial ter formação superior em artes. Gosto do caráter fragmentário da minha formação. Um pouquinho aqui, um pouco ali. Desenho com lápis, lápis de cor, giz, caneta, nanquim. Pinto com acrílica, guache e comecei a pintar com tinta a óleo. Estudo de forma solta na Internet e faço cursos quando consigo. Estou gostando dessa diversidade! Um dia, encontro meu caminho! Sem pressa e sem pressão! 

Essa tela tem dimensão 20x30 cm e foi pintada com tinta acrílica. Dei o título de Tiradentes. Com ela, participei de uma exposição coletiva no Viaduto das Artes em 2019.